quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Não é tarde, é o bagaço

Descortinei há coisa de uma semana, que no mundo, existem apenas três regiões demarcadas para a produção de aguardente. Chamemos-lhe brandy, para os Sportinguistas perceberem. E elas são: a do Cognac, a do Armagnac e a da Aguardente da Lourinhã. Enquanto lia a notícia na mesa do canto, olhei para a chávena e perguntei ao chefe da tasca, um sujeito que todas as manhãs me serve o açúcar Toffa com duas colheres de café Cristina, se por acaso ele não teria, por engano, lavado a louça com absinto, e esquecido de enxaguar devidamente. É claro que não usei a expressão "enxaguar devidamente" caso contrário seria pendurado ao lado das rifas. Pelos vistos não foi engano! Portugal é único até na hora do bagaço.

Isto a propósito das descobertas que a própria UEFA teima em fazer, nos sítios mais inóspitos. Não é que todos os anos, ela consegue mostrar ao mundo que algures entre a Sibéria e a China existem pequenas regiões demarcadas para a produção de "meia dúzia de jogadores da bola" que chateiam e complicam a vida aos grandes só porque lá conseguiram formar uma selecção e entrar nas eliminatórias das coisas sérias enquanto jogam em batatais, conhecidos na região por Alvalades (curioso como o prefixo Al torna isto quase credível). Desculpem lá a falta de pausas, é que fico fora de órbita com estas coisas. Agora preciso de respirar um licor Beirão.

Pode até estar na moda, vender álcool de pequenos produtores. E eu até alinho. Quase que alinho. É que por uma porra de uma infeliz memória de amendoim que tenho, não apanhei a feira de vinhos do Continente, nem o carrascão de Colares que eles «oferecedavam» a preço da uva mijona. E pode, então, até estar na moda esta maluqueira com as origens demarcadas, mas as que são nossas, essas vendem-se porque são especiais. São feitas com amor e muita pisadela de uva directamente com os pés ensopados de uma semana de galochas.

Não me lixem, é com as primeiras escolhas das castas Azerbaijão e Cazaquistão. São de uma miséria e sabor tais, que não fazem pestanejar nenhum Vilarinho. Andam meia dúzia de comunas, séculos a fio a tentar unificar tudo debaixo da grande região do Vodka e, agora, depois destes anos seguidos com a cooperativa falida, a UEFA continua a impingir a Europa com garrafas inquinadas.

Plamordedeus, esqueçam as provas cegas! Metam-os todos na mesma barrica e empurrem-os pela Àsia adentro.

2 comentários:

Red Devil disse...

bateu forte esse bagacinho...

mas estamos de acordo, será pela 1ª vez?

PeDraGon disse...

Saúde!

Balásio, acho que exageras: então um país que faz fronteira com a China não pode perfeitamente pertencer à Europa? Europa, esse enorrrme continente...!