domingo, 28 de maio de 2006

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O juiz desembargador António Gomes da Silva, presidente da Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (CDLPFP), é suspeito de ter sido permeável às influências de Valentim Loureiro e de dirigentes do FC Porto no âmbito de processos disciplinares. Os indícios foram recolhidos durante a investigação do processo "Apito Dourado" e a decisão em acusar ou não o desembargador pelo crime de corrupção passiva está nas mãos do Procurador-geral da República, Souto Moura.

Uma das situações relatadas prende-se com o caso que envolveu José Mourinho e o jogador do Sporting Rui Jorge. No final do jogo em Alvalade, na época 2003/2004, Mourinho terá rasgado a camisola do jogador, o que, caso viesse a ser provado em sede de comissão disciplinar, poderia implicar um pena pesada para o treinador.Nos dias imediatamente a seguir ao jogo, segundo a certidão extraída, o dirigente do FC Porto Adelino Caldeira tomou conhecimento que o delgado ao jogo relatou ao pormenor a história da camisola, alertando Pinto da Costa que se o delegado mantivesse a versão na CDLPF, José Mourinho poderia ser severamente punido.
Já em Fevereiro de 2004, Valentim Loureiro contactou o juiz Gomes da Silva, pedindo que este recebesse Adelino Caldeira. O magistrados anuiu. Ao mesmo tempo, segundo o procurador Carlos Teixeira, desenrolaram-se diligências junto do delegado ao jogo para que este, quando fosse ouvido, não mantivesse o que escreveu no relatório. O que veio a acontecer.Após ter conversado com o juiz, Adelino Caldeira telefonou a Pinto da Costa e disse que se "o Gomes da Silva não se portar bem" iria falar com Valentim Loureiro. Mas tudo acabou por ficar resolvido. "Portou-se bem", foi a expressão utilizada por Adelino Caldeira. José Mourinho acabaria por ser punido com 10 dias de suspensão e 300 euros de multa.

O Ministério Público de Gondomar descreve ainda o caso relativo a um jogo no campo do Marco de Canaveses, em que Avelino Ferreira Torres provocou desacatos. José Veiga, então administrador do Estoril, contactou Valentim Loureiro, manifestando interesse para que o estádio do Marco FC fosse interditado. O major ainda chegou a aconselhar Veiga a "pressionar" a CDLPF através da comunicação social, comprometendo-se a "falar com o gajo", ou seja o juiz Gomes da Silva. A comissão acabou por determinar a interdição do estádio por dois jogos e Veiga agradeceu a Valentim: "Vou-lhe dar uma beijoca". O major respondeu: "Se não fosse eu"

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