Exegese futebolística

Há uns meses atrás a lampionagem abriu as comportas do queixume porque foi anulado um golo lampião, por a assistência ter sido feita com o braço pelo Miguel Vítor. Que o jogador, por estar de costas, nunca poderia ter tido intenção, e rebeubéu pardais ao ninho. Ontem foi assinalado um falso penálti (mais um) a favor do benfica, tendo o jogador do Estrela tocado, de facto, a bola com a mão, mas de costas. Portanto, se o discurso lampião se mantiver coerente, o penálti foi mal assinalado, porque, tal como o Miguel Vítor, o jogador estava de costas, podia lá ter intenção de jogar a bola. Portanto, e como se calhar nem o Lucílio Baptista marcaria aquele primeiro penálti, e não pode haver um único lampião com ambos os olhos funcionais que ache que foi bem assinalado, qualquer lampião com dois olhos funcionais e um mínimo de coerência reconhecerá o óbvio, que ontem, num jogo em que foi enxovalhado por uma equipa que nem treinava, o benfica venceu com a ajuda de dois penáltis inventados. E assim lá vai a caravana lampiã, ao colo, como habitualmente. Nos últimos anos nem assim conseguiram chegar a lado algum. Este ano a coisa começa a parecer-se com o escândalo de 04/05. Vamos ver no que dá. Suspeito que o sistema (o tal que não existia mas que depois afinal já existia) tentará de todas as maneiras possíveis remediar a anedótica (ou realista?) afirmação do Quiqui de que o 3º lugar já seria muito bom.