quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Talentos ao vento

Antes de continuar prometo já, que não descarrego toda a frustração da derrota no Scolari, simplesmente porque não vi os minutos todos. Se os tivesse visto então o tamanho da crítica teria a dimensão certa.

Não vi o jogo todo porque me aborreci com a mediocridade dos ricos intervenientes. Não estou a falar do jogo laxante dos italianos, interrompido pelo Pilro em liberdade quase total. Talvez o Meira pudesse esquecer os papeis e tentar apanhar outra coisa mais parecido com um jogador?

Aborreci-me com com a falta de patriotismo de jogadores e seleccionadores, que não percebem a diáspora portuguesa, quanto mais soletrá-la. Aquilo era a Suiça, meus grandes ignorantes, analfabetos históricos, seleccionadores. Ok! Chega de adjectivos ofensivos.

Vocês estavam a jogar para imigrantes(!). Gente a precisar de um forte motivo para encarar mais quinta-feira, com um sorriso debaixo do bigode, enquanto lavam pratos, retretes ou código ASPx, feito por Indianos para uma multinacional helvética. Homens e mulheres que fugiram das ambulâncias topo de gama do INEM, dos tribunais que não abrem o sigilo das contas bancários dos políticos de consciência pesada. Pobres coitados que na busca de um dia-à-dia melhor nem consciência têm do quanto de mau deixaram para trás. Bandeiras ao vento à procura de talentos à altura.

Se calhar a culpa nasce e morre no seleccionador. Se calhar. Mas pouco interessa não é? A vida é para ser levada com normalidade. Devemos sempre aprender com os erros mesmo que eles se repitam vezes sem conta. É o destino, carregado pelo vento. Deixa-te estar país sem memória. É mesmo assim meus caros jornalistas acéfalos.

Que raio esteve o Meira a fazer, a médio defensivo durante aquele tempo todo?

Se calhar é melhor olhar para o lado de onde sopra o vento. É que com ele veio, desta vez, o João Rodrigues 1.º do ranking mundial da classe RS:X de Prancha à vela. Esqueçam a derrota e vão até outro sítio saber mais sobre o homem.

1 comentário:

PeDraGon disse...

Mas independentemente de alguns falhanços individuais, jogadores em baixo de forma ou erros de casting, alguém reparou que tivesse havido preparação específica para este jogo?

Foi dito e redito pelo Seleccionador que esta seria uma boa oportunidade para mudarmos a história destes confrontos. Mas o que é certo é que jogámos contra a campeã do Mundo como quem joga contra uma Polónia ou uma Sérvia.
Onde está o trabalho de campo do Treinador? Se os jogadores são mais inexperientes(?) porque se atreveu ele a jogar em 4-3-3 contra a Itália?

Ainda não conseguiu formar um grupo coeso desde 2006?! Pois bem, mais uma evidência da sua inutilidade. Mais uma vez teremos que esperar por algum milagre ou ajuda do povo para unir todos num mesmo objectivo?

Concordo com o Balázio: impressiona a ligeireza com que se aceita as explicações deste homem!