domingo, 24 de outubro de 2010

Banhoca

Depois de ouvir alguém dizer que o Liédson tinha ido tomar banho mais cedo, a filha do meu vizinho de bancada, que devia ter uns 4 ou 5 anos (ela, não ele), perguntou ao pai se o Liédson não tinha banheira em casa.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Carta do Special One aos portugueses

Sou português há 47 anos e treinador de futebol há dez. Sendo assim, sou mais português do que treinador. Posto isto, para que não restassem dúvidas, vamos ao que importa...

As Selecções Nacionais não são espaços de afirmação pessoal, mas sim de afirmação de um País e, por isso, devem ser um espaço de profunda emoção colectiva, de empatia, de união. Aqui, nas selecções, os jogadores não são apenas profissionais de futebol, os jogadores são além disso portugueses comuns que, por jogarem melhor que os portugueses empregados bancários, taxistas, políticos, professores, pescadores ou agricultores, foram escolhidos para lutarem por Portugal. E quando estes eleitos a quem Deus deu um talento se juntam para jogar por Portugal, devem faze-lo a pensar naquilo que são - não simplesmente profissionais de futebol (esses são os que jogam nos clubes), mas, além disso, portugueses comuns que vão fazer aquilo que outros não podem fazer, isto é, defender Portugal, a sua auto estima, a sua alegria.

Obviamente há coisas na sociedade portuguesa incomparavelmente muito mais importantes que o futebol, que uma vitória ou uma derrota, que uma qualificação ou não para um Europeu ou um Mundial. Mas os portugueses que vão jogar por Portugal - repito, não gosto de lhes chamar jogadores - têm de saber para onde vão, ao que vão, porque vão e o que se espera deles.

Por isso, quando a Federação Portuguesa de Futebol me contactou para ser treinador nacional, aquilo que senti em minha casa foi orgulho; do que me lembrei foi das centenas e centenas de pessoas que, no período de férias, me abordam para me dizerem quanto desejam que eu assuma este cargo. Isto levou-me, pela primeira vez na minha vida profissional, a decidir de uma forma emocional e não racional, abandonando, ainda que temporariamente, um projecto de carreira que me levou até onde me levou.

Desculpem a linguagem, mas a verdade é que pensei: Que se lixem as consequências negativas e as críticas se não ganhar; que se lixe o facto de não ter tempo para treinar e implementar o futebol que me tem levado ao sucesso; por Portugal, eu vou!

E é isto que eu quero dizer aos eleitos para jogar por Portugal: aí, não se passeia prestigio; aí, não se vai para levar ou retirar dividendos; aí, quem vai, vai para dar; aí, há que ir de alma e coração; aí, não há individualidades nem individualismos; aí, há portugueses que ou vencem ou perdem, mas de pé; aí, não há azias por jogar ou por ir para o banco; aí, só há espaço para se sentir orgulho e se ter atitude positiva.

Por um par de dias senti-me e pensei como treinador de Portugal. E gostei. Mas tenho que reconhecer que o Real Madrid é uma instituição gigante, que me «comprou» ao Inter, que me paga, e que não pode correr riscos perante os seus sócios e adeptos. Permitir que o seu treinador, ainda que por uns dias, saísse do seu habitat de trabalho e dividisse a sua concentração e as suas capacidades era impensável.

Creio, por conseguinte, que o feedback que saiu de Madrid e chegou à Federação levou a que se anulasse a reunião e não se formalizasse o pedido da minha colaboração.

Para tristeza minha e frustração do presidente Gilberto Madail.

Mas, sublinho, agora já a frio: foi e é uma decisão fácil de entender. Estou ao leme de uma nau gigantesca, que não se pode nem se deve abandonar por um minuto. O Real decidiu bem.

Fiquei com o travo amargo de não ter podido ajudar a Selecção, mas fico com a tranquilidade óbvia de quem percebe que tem nas suas mãos um dos trabalhos mais prestigiados no mundo do futebol. 

Agora, Portugal tem um treinador e ele deve ser olhado por todos como «o nosso treinador» e «o melhor» até ao dia em que deixar de ser «o nosso treinador». Esta parece-me uma máxima exemplar: o meu é o melhor! Pois bem, se o nosso é Paulo Bento, Paulo Bento é o melhor.

Como português, do Paulo espero independência, capacidade de decisão, organização, modelagem das estruturas de apoio, mobilização forte, fonte de motivação e, naturalmente, coerência na construção de um modelo de equipa adaptada as características dos portugueses que estão à sua disposição. Sinceramente, acho que o Paulo tem condições para desenvolver tudo isso e para tal terá sempre o meu apoio. Se ele ganhar, eu, português, ganho; se ele perder, eu, português, perderei. Mas eu também quero ganhar.

No ultimo encontro de treinadores que disputam a Champions League, quando questionado sobre o poder dos treinadores nos clubes, ou a perda de poder dos treinadores face ao novo mundo do futebol, sir Alex Fergusson disse (e não havia ninguém com mais autoridade do que ele para o dizer!) que o poder e a liderança dos treinadores depende da personalidade dos mesmos, mas que depende muitíssimo das estruturas que os rodeiam. Clubes e dirigentes fragilizam ou solidificam treinadores.

Eu transponho estas sábias palavras para a selecção nacional: todos, mas todos, neste país devem fazer do treinador da selecção um homem forte e protegido. E quando digo todos, refiro-me a dirigentes associativos, federativos e de clubes, passando pelos jogadores convocados e pelos não convocados, continuando pelos que trabalham na comunicação social e terminando nos taxistas, políticos, pescadores, policias, metalúrgicos, etc. Todos temos de estar unidos e ganhar. E se perdermos, que seja de pé.

Mas, repito, há coisas incomparavelmente mais importantes neste país que o futebol. Incomparavelmente mais importantes¿ Infelizmente!

Aproveito esta oportunidade para desejar a todos os treinadores portugueses, aos que estão em Portugal e aos muitos que já trabalham em tantos países de diferentes continentes, uma época com poucas tristezas e muitas alegrias.

Ao Xico Silveira Ramos, manifesto-lhe a minha confiança no seu cargo de Presidente da ANTF.

Um abraço a todos.

José Mourinho

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Regras em caso de derrota do galinheiro...

1º Enviar dvd para o Ministro com lances cuidadosamente escolhidos simulando uma má actuação da equipa de arbitragem

2º "Dar murro na mesa na conferência de imprensa e exclamar que ninguém brinca com as galinhas!"

3º Ameaçar a Liga de Clubes que se as galinhas não começarem a ser levadas ao colo nos jogos então não participarão na Taça da Liga

4º Ameaçar todos os clubes da 1º liga que se não começarem a deixar as galinhas ganhar não autorizarão os adeptos a deslocarem-se aos jogos fora

5º Convocar toda a comunicação social e exigir que os outros clubes parem de fazer faltas sobre os jogadores das galinhas. Caso seja necessário sortear um nome de jogador e usar a seguinte frase “Deixem jogar o ....”

6º Questionar Vitor Pereira sobre a qualidade da arbitragem de Portugal, ex: “Como é possível que as galinhas tenham parado de jogar 40% do tempo contra 10 jogadores e arbitragens de elevada qualidade para sofrerem golos do meio campo devido a más arbitragens sendo os mesmos árbitros”

7º Editar as imagens dos túneis captadas pelas câmaras estrategicamente colocados pelos stewards, e exigir a repitação do jogo e suspensão de jogadores adversários

8º Abrir um referendo sobre as possibilidades de Eusébio voltar a equipar

Infelizmente isto é cíclico...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Galinhas de Face Oculta?

Alguém falou em ditadura?

Sporting de duas faces?

Cá pelo burgo dizem que o Sporting de 2010/2011 tem duas faces... ora bem eu digo que as 2 faces estão na arbitragem, ou nacional ou internacional.

Engraçado como por cá uns sobem e outros descem, mas quando muda a face (leia-se arbitragem) há uns que são despachados sem dó nem piada na Alemanha, outros lá conseguem o golito contra uma equipa de meio-da tabela da Europa de leste, e os que cá descem, fora continuam invictos e a rubricar excelentes exibições.

Depois da choradeira, das ameaças e dos queixumes por partes das galinhas, agora os corruptos ripostam através de disparates, amuos e queixinhas... realmente estes dois clubes estão bem um para o outro, aliás estão tão bem que se calhar devíamos fazer uma liga só para eles e deixar as equipas que simplesmente querem jogar futebol na superliga.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010