Como é sabido, o senhor Vítor Pereira é hoje o homem-forte da arbitragem na federação portuguesa de futebol. Em simultâneo é das pessoas com mais prestígio a nível UEFaeiro, na área de formação de árbitros. É também sabido que ele faz gosto de mostrar toda a sua magnificência e pedagogia durante as declarações públicas que faz. No fundo, é mais um dos imunes a castigos, advertências ou reprimendas. Mas convenhamos, para mudar qualquer coisa em Portugal, é preciso pessoas acima de castigos e crucificações jornalísticas. Com a mentalidade das nossas gentes é mais fácil intervir durante maiorias ou ditaduras. Nos dias de hoje, é normal que as pessoas prefiram as maiorias, mas não podemos é ficar sentados à espera que pensem tudo por nós, como se isto fosse uma ditadura. Há diferenças. Muitas diferenças. À maioria exige-se competência, imparcialidade e vontade de inovar.
O senhor Vitor Pereira sabe isto tudo. Aliás a sua vontade de inovar tem sido "deliberadamente" levada ao exagero. Mas é pena que a inovação seja apenas semântica, ou falta dela.
É tempo de exigirmos um pouquinho mais. Vamos lá ver em que é que lhe podemos ajudar. Olhe, por exemplo: lembrei-me que existem pessoas à volta do jogo que poderiam começar a trabalhar. A serem úteis. Ele existe o 4º árbitro, o(s) delegado(s) ao jogo, e alguns representantes da liga, and so on, and so on. Então e se esta gente toda se sentasse numa mesa tipo "mesa de juízes", carregados de tecnologia (nem imaginam a que preço de uva-mijona já se conseguem comprar câmaras de filmar e software/hardware de gravação) e começassem a contribuir? Não me digam que é por falta de meios. Façam lá a matemática e convertam o preço dos bilhetes, que são distribuídos a toda a corja de gentinha que entra de graça nos grandes derbies e nos pequenos jogos. Vão ver que chega e sobra para ajudarmos o pobre do árbitro.
É tempo de parar o triste discurso de "mas nós estámos sentados a rever as imagens e o árbitro tem de decidir num segundo". Mas qual é o árbitro que actualmente decide as grandes polémicas num fracção de segundo? Não tem de ser assim e, com a pouca vergonha que se tem assistido, já não é assim. Por isso está na hora de fazer as coisas com inteligência, com meios e com um pouco de bom-senso financeiro.
1 comentário:
Mt bem Balázio!
Acho, no entanto, que o investimento necessário não seria assim tão reduzido.
Estamos a falar de 8 a 12 câmaras por jogo e pessoal técnico para instalá-las e operá-las.
Mas não seria nada impossível, lá se teria que canalizar algumas verbas das transmissões televisivas...
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