Não se entusiasmem

Longe de mim ser acusado de desvirginar-vos a inocência clubística mas as verdades são para ser ditas.

Gostava de contar-vos a história de alguns pneus, um sócio e outras quantas contratações penosas, mas antes lançava umas perguntas e algumas respostas para vos entusiasmar. Depois enquanto estiverem a digerir a coisa eu lançava a novidade do dia. Pode ser? Não!! Pode sim. Quem manda nas frases que escrevo ainda sou eu.

Comecemos.

O Pinto da Costa já tentou influenciar árbitros? Verdade ou mentira? Nem uma nem outra. Digamos antes "prática comum nos meandros do futebol" ou então "ossos do ofício". Lamentável mas compreensível. O homem viveu os tempos duros da ditadura e sabe o que é perder sempre e nem poder reclamar.

Mais algum dirigente tenta fazer isso? Sim. Muitos. Todos? Bem, não diria todos, todos. Ultimamente, o falecido presidente do Belenenses tem sido a excepção.
Recusa-se a aparecer nos locais da boémia arbitral. Diz que não quer fazer de corpo presente.

O Orelhas está metido ao barulho? Está. Sempre esteve. As conhecidas escutas de conversas entre este senhor e um meritíssimo e incorruptível árbitro não dão em nada por que, imaginem, não existe nenhuma acusação (este "por que" está bem aqui Aquila?).

Resumindo, o silêncio de uma evidência tem menos valor que as bacoradas de uma prostituta. Mas ok, até aqui a lei é lei e por mim, defenda-se quem precisa.

Pondo um ponto final na retórica, queria então avançar para a história de última hora, provavelmente do conhecimento de todos, mas ainda assim desconhecida de alguns.

Era uma vez um negócio de pneus para os lados de Alverca. A coisa cresceu e forrou o bolso de um tal Vieira. Cresceu tanto que ele teve de procurar uma maneira exponencial de alargar o espectro das negociatas. Encontrou o futebol! O clube da terra. Aos poucos fez-se notar e depressa chegou ao convívio daquele que mandava na Liga. Começou a amizade com o presidente do meu Porto. Pensava ele que chegaria longe. Alguma coisa aconteceu e os dois ficaram de candeias às avessas. O Deco pode ter sido a causa mas não entremos por aí.

Do Alverca, o orelhudo tentou o Benfica onde chegou com um Mantorras debaixo do braço. Já zangado com o Pinto do Porto, estavam reunidas as condições de ataque ao Benfica e às contratações milionárias.

Entretanto fez-se sócio nos pneus com o actual presidente do Braga, este último filho do dono da Recauchutagem Império, um colosso nortenho desde os meus tempos de miúdo.

Desta nova amizade surtiram coisas boas como o Tiago e coisas fracas como o Luís Filipe, ambas com um ponto em comum: a canalização das verbas gastas pelo Benfica. É apenas uma voltinha. Dão um volta ao Minho só para chegarem a Alverca.

Meninos, uma vez desvirginados agora é só juntar mais algumas pontas e voilá . É só acordarem e verem que no meio desta trapalhada toda, ninguém pensa no Benfica excepto quando dá dinheiro em causa própria.

A ser culpado, o meu presidente sai com a consciência tranquila por nunca ter esquecido o clube até ele se tornar um colosso europeu.