sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Árbitros flores de estufa
Neste jardim à beira-mar plantado, descobriu-se na passada segunda-feira, durante o programa Pós e Contras da RTP1, umas belas e raras flores de estufa. Elas apareceram num ramalhete de três, qual trilogia dos Senhor dos Apitos.
Quis parecer-me ou os senhores estavam com o ego e o orgulho bem lá em cima? Numa atitude de completa desresponsabilização pelo estado actual da arbitragem em Portugal? Eles até falaram bem e pareceram, à primeira vista ou à vista da apresentadora do programa, imaculados nas decisões que tomaram. O problema é que quando apertados ou em vias de serem encostados à parede, respondem sempre com dois argumentos, à partida desarmantes: «somos amadores e errar é humano».
São humanos amadores, é verdade. Mas não é menos verdade que a serem todos amadores, isso não pode impossibilitar o uso do discernimento, o cumprimento das 17 leis do futebol ou o aceitar que, uma vez errando, devem ser julgados e classificados. Já agora , tomara a maioria dos trabalhadores portugueses ganharem por hora o que estes senhores ganham. Haja vergonha! De repente cheirou-me a flores de estufa ingratas. Umas Madalenas que nem arrependidas são.
Erraram! Foram classificados. Não gostaram? Vão se embora. Outros há que espreitam a entrada na primeira liga da arbitragem, mesmo que ela continue amadora.
Não deveria continuar amadora, mas neste momento é o que temos.
PS: fez muita confusão ver os árbitros a negarem, sem hesitar, algumas das ideias de inovação. A certa altura, eles estavam com medo que a existência de um quarto árbitro com acesso às imagens, os tornasse frouxos ao ponto de deixarem a decisão para o novo membro: o chamado árbitro de estúdio. Quando a ideia era a de eles terem uma pessoa a quem poderiam pedir opinião, não se entende o medo. Toda a consulta seria feita no silêncio do sussurro dos auriculares. Só que eles têm medo. Muito medo.
São tão singelas estas flores daninhas.
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