quinta-feira, 13 de setembro de 2007
O melhor guarda-redes português que vi actuar
Faz hoje, 13 de Setembro, quatro anos que faleceu Vítor Damas. Antes de partir, o guardião "leonino" afirmou, em entrevista à edição especial do jornal Sporting – "Álbum de Memórias – que "quero estar presente na inauguração do novo Estádio e se isso acontecer posso morrer feliz." Pois bem, Vítor Damas morreu feliz, mas permanece na memória de todos como um dos melhores guarda-redes do futebol português.
Damas foi o jogador que mais vezes vestiu a camisola do Sporting – 743 vezes, 332 a contar para o Campeonato Nacional. Tinha 14 anos quando se estreou de "leão ao peito", num jogo com o Benfica: "Tenho muito boas recordações, mas simbolicamente a melhor é o primeiro jogo que fiz aqui (Antigo Estádio José Alvalade), com 14 anos, pela equipa de principiantes B. Foi uma emoção muito grande, pela idade que tinha, porque vi muitos jogos na bancada e porque foi a primeira vez que joguei no relvado do Estádio José Alvalade. Foi um jogo maravilhoso, por toda a emoção, por tudo aquilo que envolveu o próprio jogo e pelo que eu já gostava do Clube. Perdemos, mas não foi importante. O resultado não conta, o que conta foi a emoção de ter jogado no terreno onde jogou Peyroteo e todos os outros grandes jogadores do Sporting, embora o Estádio já fosse outro." Foi este o ponto de partida para uma extraordinária carreira ao serviço do Sporting e do futebol português.
Vítor Damas partiu, mas ficou e ficará para sempre na memória e no coração de todos os sportinguistas.
Biografia de Vítor Damas:
Damas nasceu em Lisboa a 8 de Outubro de 1947 e aos 14 anos entrou para o Sporting, trazido por um vizinho que jogava ténis de mesa.
A posição de guarda-redes não era a ambicionada pelo jogador, que queria ser avançado, tal como Vasques e Travassos, os seus ídolos. Mas, como era o mais pequeno da «rapaziada», se quisesse jogar teria de ser a guarda-redes.
O primeiro grande jogo realizado foi contra o Benfica, quando Damas integrava a equipa de juvenis. O jogo não lhe correu bem: "nos dias anteriores todo eu era uma pilha! Quando entrei no rectângulo o estádio parecia um mundo. Veio o primeiro remate e saltei à gato para recolher o esférico, mas passou-me por baixo da barriga. Felizmente que a bola embateu no poste e ressaltou para fora. Todavia o meu nervosismo originou dois golos para os encarnados e ao segundo não pude mais. Saí debulhado em lágrimas, sentindo o peso do fracasso, para mim de dimensões imensuráveis. Porém, no ano seguinte, em 1962, já tinha vencido essas debilidades psicológicas, tudo nos correu bem e o Sporting alcançou o título nacional, vencendo, em Leiria, a Académica de forma concludente, por 5-1. Era o meu primeiro título nacional".
Em 1968 fez o primeiro jogo para o Campeonato Nacional da I Divisão, frente ao Guimarães, onde sofreu dois golos e passou novamente a suplente de Carvalho. Quando faltavam seis jornadas para o final do Campeonato agarrou a titularidade e nunca mais a deixou.
Em 1976 foi para o Santander e por lá ficou durante cinco anos. Quando voltou a Portugal foi jogar no Vitória de Guimarães, onde Pedroto conseguiu, finalmente, trabalhar com o guarda-redes dos seus sonhos, "as pessoas já me consideravam velho com 32 anos, mas mais nove haveria de jogar. Só me posso arrepender de não ter entrado em Portugal directamente para Alvalade".
Voltou ao Sporting como o filho pródigo, mas não conseguiu concretizar o grande sonho de ser novamente Campeão Nacional. Em 1984 integrou o grupo de 22 seleccionados que disputou e se classificou em terceiro lugar no Europeu de França. Foi suplente de Manuel Bento, o outro grande guarda-redes da sua geração.
No ano de 1986 despediu-se da selecção, com duas presenças na fase final do Campeonato do Mundo realizado no México, substituindo o lesionado Bento.
Estreara-se nesse posto 17 anos antes, em 1969, precisamente contra o México.
Vítor Damas era elegante na baliza, tudo nele era agilidade, intuição e espectáculo. Ao serviço do Sporting venceu o Campeonato Nacional em 1969/70 e em 1973/74. Conquistou três Taças de Portugal em 1970/71, 1972/73 e 1973/74. Foi 29 vezes internacional pela selecção "A".
O seu último jogo, com 41 anos de idade, foi a 27 de Novembro de 1988, a contar para o Campeonato Nacional da 1ª divisão, no Estádio do Fontelo, em Viseu, contra o Académico local. A partida terminou empatada 2-2.
Vítor Damas terminou assim a carreira tal como a tinha iniciado, com a camisola do Sporting, que envergou por 743 vezes, facto ainda hoje não alcançado por nenhum outro jogador. Jorge Gonçalves convidou-o então para treinador adjunto de Pedro Rocha. Passou a técnico principal em Fevereiro de 1989, para regressar a treinador adjunto.
Foi treinador dos guarda-redes do plantel sénior até 1999, altura em que passou a treinador principal do então clube-satélite, Lourinhanense. Treinou a equipa B em 2001, saindo no final da época.
CURRICULUM:
Vítor Manuel Afonso Damas de Oliveira
Local de Nascimento: Lisboa
Data de Nascimento: 8 de Outubro de 1947
Início de Carreira no Sporting: 1961
Títulos conquistados ao serviço do Sporting:
2 Campeonatos Nacionais (1969/70 e 1973/74)
3 Taças de Portugal (1970/71, 1972/73 e 1973/74)
29 Internacionalizações
in http://www.sporting.pt/Info/Futebol/Noticias/
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1 comentário:
Demagogia
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