Vivemos dias de crise é verdade!
Já tinha reparado neste nova moda benfiquista de fazer piadas a todo o custo para enaltecer o glorioso. Diria mais, para enaltecer a memória do que era ser benfiquista. O Ricardo Araújo Pereira é de facto um génio da recente comédia portuguesa mas é também esperto. Normalmente anularia este último elogio com a revelação que ele acumula o facto de ser Benfiquista, mas isso já todo o Portugal sabe. Mas reforço outra vez a ideia dele ser esperto que nem um rato. Ele sabe que uma das técnicas mais convincente de fazer humor é a do auto-flagelo. Dizer mal de nós próprios é um cavalo que ganha qualquer corrida. É o que tem acontecido nos últimos tempos com o melhor dos Gatos Fedorentos. Ele sabe que não há nada melhor do que caricaturar o estado paupérrimo do Benfica.
Concordo que vale tudo para mantermos viva chama do nosso clube, mesmo que ela se assemelhe à chama duma lamparina pousada no telhado do Elefante Azul ali prós lados de Oeiras.
E valerá tudo? Vale tudo, mas desde que não exista dúvida sobre o machismo lusitano.
Aí, alto lá e pára o baile.
Um dia destes ouvi na TSF a versão rádio da imagem e do vídeo que podem ver no último artigo do meu querido Lampiões, Não Obrigado. Era qualquer coisa do tipo "conversa entre amigos". Um deles tinha conhecido a boazona das redondezas. Ela tinha-o convidado para sair. Perguntavam os outros: "E tu? E tu?". O morcão respondeu qualquer coisa estapafúrdia do estilo: "E eu? E eu nada. Era dia do glorioso jogar."
Ora minha gente, há uma coisa que em Portugal é um dado adquirido e sobre o qual não se deve brincar. Falo da inteligência da mulher lusitana. Mulher que é mulher neste país, sabe o que é esperar pelo seu homem e sabe que há dias em que não o deve tentar. Em dia ou noite de jogo elas nem sequer transpiram, não vá o odor duma qualquer lacto-glândula distrair-nos do evento. Nada de afrodisíaco pode ser aberto lá em casa. Nenhuma cueca deve ser deixada no hall. Mas ninguém é perfeito. E se ela transpira, corre para nós numa praia ou nos convida para o jantar à luz da vela, aí meus amigos... aí, há dias em que devemos pegar nele, abrir-lhe a porta da rua e dizer-lhe: "Vai, clube, vai. Vai dar uma volta, mija sozinho na roda que te apetecer e aparece daqui a duas horas."
O clube é sagrado mas nunca antes de uma dona de casa desesperada!
Depois há sempre aquela posição que até dá para apoiar o cotovelo, pousar o comando e ver o jogo em simultâneo. Basta usar a imaginação.
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