Fui para Alvalade de Dostoiévski debaixo do braço, com aquele ar profundamente entediado que convém sempre ao intelectual (ou aspirante a tal) quando se mistura com o povão ignaro em manifestações que não casam com intelectualidades - é o caso do futebol, mas também da praia e dos bares com música boa. Lá me arrastei, escadaria acima, cuspindo olhares de enfado para a direita e para a esquerda, nariz bem no ar, sempre com muito cuidado, não fosse encalhar em algum obstáculo imprevisto e espalhar-me no meio do chão, Dostoiévski incluído. Já me aconteceu, já me aconteceu. Ocupei o meu lugar, aquele que ocupo sempre, faça frio ou não, esteja a equipa em bom momento ou não (eu não sou dos que viram as costas à equipa quando ela mais precisa), entornei o nariz no Dostoiévski, enquanto as equipas aqueciam, receando ter de fazer um jogo de palavras previsível com o título do livro, ao chegar a casa.
Prouve aos deuses que a coisa corresse bem, apesar de mais uma eloquentíssima demonstração de incompetência e impreparação de uma equipa de arbitragem, que não viu um penalti do tamanho da Sé Velha, e uma bola que até lá de cima do sector B se viu que entrou toda lá dentro. Continuo a não acreditar em perseguições e menos ainda em teorias da conspiração, continuo plenamente convencido de que se trata apenas de incompetência - atroz, gritante, escandalosa, mas apenas incompetência. O problema é que vai sempre caindo para o mesmo lado. Ainda sem consequência classificativas (até ver: ninguém garante que o penalti anedótico que deu um golo ao Feirense, e o golo desta noite, que entrou mas não contou, não venham a ser importantes em desempates por goal average). Mas a verdade é que vai sempre caindo para o mesmo lado.
Enregelei, mas não desgostei do jogo. Luta, empenho, algumas boas jogadas. Muito ainda por fazer, mas já é qualquer coisa. Quanto ao Guimarães, conseguiu, graças à equipa de arbitragem e a alguma azelhice sportinguista, o seu objectivo, enunciado pelo treinador: fazer melhor do que no ano passado. E fez. Graças ao árbitro, é certo, mas fez: só perdeu por 0-2, enquanto no ano passado tinha sido cilindrado por 0-3.
P.S.: estou curioso para saber a classificação deste árbitro.
Prouve aos deuses que a coisa corresse bem, apesar de mais uma eloquentíssima demonstração de incompetência e impreparação de uma equipa de arbitragem, que não viu um penalti do tamanho da Sé Velha, e uma bola que até lá de cima do sector B se viu que entrou toda lá dentro. Continuo a não acreditar em perseguições e menos ainda em teorias da conspiração, continuo plenamente convencido de que se trata apenas de incompetência - atroz, gritante, escandalosa, mas apenas incompetência. O problema é que vai sempre caindo para o mesmo lado. Ainda sem consequência classificativas (até ver: ninguém garante que o penalti anedótico que deu um golo ao Feirense, e o golo desta noite, que entrou mas não contou, não venham a ser importantes em desempates por goal average). Mas a verdade é que vai sempre caindo para o mesmo lado.
Enregelei, mas não desgostei do jogo. Luta, empenho, algumas boas jogadas. Muito ainda por fazer, mas já é qualquer coisa. Quanto ao Guimarães, conseguiu, graças à equipa de arbitragem e a alguma azelhice sportinguista, o seu objectivo, enunciado pelo treinador: fazer melhor do que no ano passado. E fez. Graças ao árbitro, é certo, mas fez: só perdeu por 0-2, enquanto no ano passado tinha sido cilindrado por 0-3.
P.S.: estou curioso para saber a classificação deste árbitro.
3 comentários:
Eu sou sportinguista e, neste caso, a minha opiniao é semelhante à que tive no caso do lance do Baia contra o Benfica.
O lance é de dificil analise por parte do fiscal de linha e o ponto de vista dos espectadores, exactamente por estarem e ver de cima é bastante melhor.
Vendo ao nivel do chao é bastante dificil aperceber da passagem da bola da linha e em particular neste lance, a luva do guarda redes esta a tapar a bola e a linha da visao do fiscal de linha. O fiscal, decidindo golo ou nao, estaria sempre a fazer um exercicio de adivinhacao.
A escolha literária é excelente. O Paulo bentismo é que não fica bem, embora tenham sido prejudicados.
Caríssimo, eu limito-me a verificar uma evidência: os árbitros portugueses são de uma incompetência atroz. Não diviso nenhuma perseguição nem conspiração, e isso distingue-me das lamentáveis afirmações do Paulo Bento e de outros treinadores que justificam os seus erros com a incompetência dos árbitros.
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