Cristiano Ronaldo: capitão!???

Confesso que nunca fui à missa com o seleccionador nacional. Aleguem lá que sou portista e tenho o Victor Baía atravessado. Já está? Ok, pronto.

Para lá desse grande pormenor, mais um que só se justifica devido à promiscuidade entre treinador/presidente onde um não vive sem o outro, existem outras atitudes que não se compreendem. Atalho de foice: é espantoso como nenhum deles tem uma conversa decente em português. Um cospe frases feitas enquanto dispara pelo olhos a má disposição do costume - não vá algum jornalista ter a ousadia de lhe questionar sobre temas mais polémicos. O outro, ex-deputado sem mérito, encontrou na Federação um modo de transformar em poder a chantagem de quem sabe muito sobre muitos. Outra característica do Madaíl é a capacidade de lutar contra sistema nenhum, porque ele próprio faz parte da casta que trava este país. Quem não se lembra do programa Pós e Contras onde este incompetente não se comprometia nem com gregos nem com troianos, leia-se nem com o Major nem com o Ministro.

A juntar então ao rol de decisões e posturas que me enojam como português, eis que aparece mais uma: a do Cristiano como futuro capitão da selecção. Vejam lá a notícia que o Scolari escolheu para brindar os jornalistas portugueses, a maior parte deles sobre efeito de calmantes, comas provocados e hipnoses clínicas.

Mas quem é que no perfeito juízo consegue conceber que um puto irresponsável, mal formado, vingativo e com muito para aprender na vida poderá ser já um futuro capitão anunciado. Não pode. Não pode e nem deve. A braçadeira de capitão deve ser dada a quem represente mais do que a arte de saber dar uns nós cegos ou rodriguinhos nos adversários. Por muito que me agrade ver outros jogadores de outros países subjugados à arte do puto, não entendo que ele segure também as rédeas da equipa.

Acredito que existem outros jogadores com muito mais personalidade e com muito menos dinheiro. Jogadores a quem nunca lhes passaria pela cabeça vir jogar ao seu país, em defesa do seu clube inglês, e acabar um jogo a fazer pilinhas a mais de 50000 patrícios. Está bem, eram benfiquistas mas isso não se admite.

Esta vontade do seleccionador é mais um desvairio que deve ser combatido pela comunicação social que convive com ele. E conviver não significa lamber o tapete persa onde ele limpa os pés. Seja Nike ou Estado a pagarem o ordenado do sujeito....ele tem o dever de explicar, corrigir e entender o nosso país (aposto que se fosse treinar a Suiça a marca não lhe pagaria tanto).

A escolha de um capitão não pode nem deve ser competência de um treinador. Vão-se os dedos e ficam os anéis. E se há coisa que mais me entristece neste mundo em que vivemos, é que a aparência, o dinheiro, a futilidade ameaçam também aqui tomar conta de outros valores muito mais importantes.